POR QUE AS PROPAGANDAS NOS PERSEGUEM NA WEB?
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As
propagandas que aparecem enquanto você navega na internet ou redes sociais
não estão ali por acaso: elas têm ligação com alguma pesquisa ou acesso feito
por você anteriormente. Esse tipo de publicidade, chamado remarketing, promete mostrar
apenas anúncios que realmente interessam àquele usuário específico — um tênis
para quem procurou calçados ou ração só para quem tem bicho, por exemplo. Mas esse formato pode ter o efeito contrário e causar no internauta uma
espécie de "síndrome de
perseguição". O remarketing promete oferecer conteúdo
personalizado para internautas que visitaram previamente uma página, mas não
adquiriram o que ela anuncia. Se ele identifica a compra efetuada online,
para com a insistência (em tese, pelo menos). Esses anúncios específicos podem ocupar espaços de publicidade nos mais
variados sites acessados pelo internauta, mesmo que não tenham nada a ver com
aquele produto. "Quem anuncia [usando remarketing] consegue ter uma
maior chance de se aproximar do público que já simpatiza com sua marca, e o
consumidor passa a visualizar produtos que de fato lhe interessam",
afirmou o Google à reportagem. Como isso acontece? O conhecimento do interesse dos internautas é feito com o uso dos chamados cookies. Tratam-se de arquivos
de texto que os sites depositam em cada máquina, indicando que aquele usuário
já acessou determinada página. Esses dados são usados para melhorar os serviços, por indicar quais são os
recursos mais usados e aqueles que precisam ser corrigidos, e inicialmente
servem para facilitar e agilizar a navegação. Também ajudam na segurança
— detectam, por exemplo, logins suspeitos e movimentação anormal. Os cookies são particularmente úteis
para a publicidade e ao desenvolvimento de sites, porque os dados revelam o
seu perfil e podem ser usados para testar a eficiência das campanhas
publicitárias e direcionar anúncios. A estratégia não é nova. Trata-se de uma técnica de marketing chamada "retargeting" (em
português, "mirar novamente"), que seria o equivalente ao vendedor
insistente do mundo real. "Muitas vezes essa insistência é feita com um
desconto, o que pode ser interessante para o consumidor", diz Tafner. Ao
saber, por exemplo, que determinada pessoa quase comprou uma passagem aérea
para Miami, um site de viagens poderá oferecer descontos para esse destino. Há diversas maneiras de se fazer isso. Uma delas é a loja enviar um email
para o comprador em potencial, já que a empresa possui informações sobre a
sessão desse usuário no site. Outra envolve usar os cookies,
"cruzando" essas informações com plataformas de propaganda. Isso
explica por que um produto que você pesquisou há pouco
"misteriosamente" aparece no seu Facebook ou na sua caixa de
entrada no email. Minha esposa me perguntou o
porquê de eu estar falando baixinho pela casa. Eu disse que era receio do Zuckerberg estar ouvindo. Ela riu. Eu ri. Alexa riu. Siri riu. Apesar dos
protestos em relação à privacidade, das piadas e das mais loucas teorias de
conspiração, isso não é perigoso, não é "o Grande Irmão" vigiando
seus passos na web, fique tranquilo. É apenas a tecnologia trabalhando em favor
do marketing. Trecho do original em https://www.uol.com.br/tilt |

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