CUIDADO AO CRIAR SEU LOGOTIPO EM IA


 

A criação de logotipos não é uma ciência exata — muito pelo contrário. Se fosse, bastava apertar meia dúzia de botões, escolher uma cor “que combina com sucesso” e pronto: estaria resolvido. Mas não é assim. Um bom logotipo exige conhecimento de tipografia, de cores, de aplicações, de técnicas de reprodução, sem falar em princípios básicos de design como equilíbrio, proporção, legibilidade e contraste. É justamente o domínio dessas regras que permite, quando necessário, quebrá-las de maneira inteligente e não simplesmente por acidente.

E aí entramos no ponto crítico: os logotipos gerados por IA. 

Já reparou como a maioria deles é uma variação do mesmo clichê? Aquela estética “luxo instantâneo”: dourado ou prateado em 3D, com brilho, sobre um fundo preto. Na tela do computador pode até parecer impactante, mas é pura armadilha.

Esse tipo de “design” funciona apenas dentro do quadradinho digital. No mundo real, vira um problemão: impressão borrada, camisetas com manchas sem sentido, cartões de visita ilegíveis e até dificuldade para usar em mídias sociais, porque a tal da “sofisticação metálica” simplesmente desaparece em escalas menores.

O tal "fundo preto" é outra mania que é problema, pois seu logo estará sempre "preso" sobre um fundo preto, não importa a cor da superfície em que será aplicado. 

Mais: normalmente as pessoas criam apenas uma versão do logo, sem pensar que podem precisar no futuro versões dele 100% preto, 100% branco, com contorno ou do tipo "badge" (emblema, distintivo).

E nem estamos falando só da questão estética. O problema é mais profundo. Em muitos casos, quem fica com esse tipo de logo recebe apenas um arquivo JPEG de baixa resolução (nas versões gratuitas dessas IAs) — sem vetor, sem transparência, sem possibilidade de redimensionar sem perder qualidade. Tente mandar isso para uma gráfica e você vai descobrir o verdadeiro significado da palavra “pixelado”. 

Pior ainda: pergunte ao dono da marca qual foi a fonte usada ou qual é a paleta de cores da identidade visual. A resposta geralmente é um sonoro silêncio, seguido de um “acho que...”.

Isso acontece porque princípios fundamentais de design são simplesmente ignorados. 

Fala-se em logotipo, mas esquece-se de equilíbrio, hierarquia visual, harmonia de cores e coerência tipográfica. Resultado? Marcas que podem até ter um certo impacto inicial, mas não resistem a nenhum teste de aplicação prática ou de longevidade. Afinal, design não é sobre brilhar na tela, mas sobre funcionar em diferentes contextos: do outdoor ao favicon.

A IA é uma ferramenta poderosa, mas ela faz o que lhe é pedido. Se o pedido for "crie um logo dourado", é exatamente isso que ela fará, sem considerar as implicações práticas. O problema, portanto, não está na ferramenta, mas na falta de conhecimento de quem a utiliza. O usuário, sem a base de design necessária, não sabe o que pedir nem o que fazer com o resultado.

Um logotipo não é apenas uma imagem bonita; é a representação visual de uma marca. E, como tal, deve ser pensado para ser funcional, versátil e, acima de tudo, memorável.

 Ignorar os princípios básicos de design e um trabalho profisisonal pode ser um erro custoso que só se percebe na hora de colocar o seu negócio no mundo real.


Luís Henrique

Ophicina de Comunicação







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